O CARPINTEIRO FIEL
Sua visão turva
Desdenhando a fonte
De água cristalina
Além do horizonte
O destino o premiando
Mas não quis reconhecer
O horizonte sob seus pés
E ele insistia em não ver.
O carpinteiro fiel
Batendo o martelo
Pregando o destino
Sem céu e sem mar
Insistia em não enxergar.
Em terras distantes
Deu de aventurar
Conheceu pessoas
Transou viajar
Mas sempre fora fiel
Vendado, algemado, amordaçado
Sendo carcereiro de seu próprio ser
O bom carpinteiro segue fazendo
O que detesta fazer.