O CARPINTEIRO FIEL

Sua visão turva

Desdenhando a fonte

De água cristalina

Além do horizonte

O destino o premiando

Mas não quis reconhecer

O horizonte sob seus pés

E ele insistia em não ver.

O carpinteiro fiel

Batendo o martelo

Pregando o destino

Sem céu e sem mar

Insistia em não enxergar.

Em terras distantes

Deu de aventurar

Conheceu pessoas

Transou viajar

Mas sempre fora fiel

Vendado, algemado, amordaçado

Sendo carcereiro de seu próprio ser

O bom carpinteiro segue fazendo

O que detesta fazer.

Marçal Filho e Saulo Campos
Enviado por Marçal Filho em 30/05/2015
Reeditado em 11/02/2023
Código do texto: T5260154
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