DEBOCHE
Para renunciar a dor
desdobro-me em cuidados,
para diminuir os enganos
invento sempre novos meios.
Sou o prenúncio do acaso,
a soma de toda invenção,
todas as coisas em desuso
são tangentes do meu coração.
Poeta sem fronteira sou
e dono de toda alquimia,
em tom de mera brincadeira,
conto ainda com um novo dia.
Teimo porque teimar me apraz,
e, levo a vida a debochar dos erros
e nada que invento me satisfaz
pois outras tantas invenções eu quero.