Negro, sim senhor!
Sou nego velho
Não tenho força, não sinhô!
Minha história foi difícil
Mas é de muito louvor
Fiz muita riqueza dessa terra
E enganei muito feitô
Oxalá me proteja
Dê-me força Xangô
Pra contá nesse Brasil
A grandeza da nossa cor
Sinto orgulho de minha história
Sou negro, sim senhor!
Já fui princesa um dia
Na minha nação Nagô
Aqui nem nome tinha
Meu passado o mar apagou
Mas os filhos dessa terra
Meu leite alimentou
Oxalá me proteja
Dê-me força Xangô
Pra contá nesse Brasil
A grandeza da nossa cor
Sinto orgulho de minha história
Sou negro, sim senhor!
Somos filhos dessa história
De tristeza, sangue e dor
Mas não se engane, menino
Tem parte que ninguém contou
Muita resistência, luta e glória
Que a Nova Luanda já gingou!
Oxalá me proteja
Dê-me força Xangô
Pra contá nesse Brasil
A grandeza da nossa cor
Nas rodas da Nova Luanda
Viva, Mestre Valdenor!