SEM FILTROS, NEM PUDOR
Eu já não sei o que falar, nem fazer
Mas não vou insistir pra você se lembrar
Nem por isso vou me esquecer
Você vai discordar e mesmo sem querer vai perceber
Que nem sempre respostas sinceras
Amenizam as frustrações desses porquês
Não vá me culpar, nem se absorver
Não vá se trair, nem se arrepender
Sem antes pelo menos entender
Que os quereres e a paixão são selvagens
E não vão nunca viver domesticados em nós como o amor
Não vais se encontrar, fugindo, tramando, ameaçando
Se desconhecendo aos poucos, devorando e se devorando
Roçando, gozando ou não, mas querendo, se desfigurando
Como se existisse mais liberdade, segurança e paz na multidão
Não vais se inocentar, refazendo, encenando, manipulando
Sorrindo outra vez, chorando, e até sangrando
Vendendo ilusões, acreditando, corrompendo, e se subornando
Se mudando, continuando, se especializando em se desumanizar