O velho e o moço.

Deixo tudo assim

Não me importo em ver a idade em mim

Ouço o que convém

Eu gosto é do gasto

Sei do incômodo e ela tem razão

Quando vem dizer, que eu preciso sim

De todo o cuidado

E se eu fosse o primeiro a voltar

Pra mudar o que eu fiz

Quem então agora eu seria?

Ah, tanto faz

Que o que não foi não é

Eu sei que ainda vou voltar

Mas eu, quem será?

Deixo tudo assim

Não me acanho em ver

Vaidade em mim

Eu digo o que condiz

Eu gosto é do estrago

Sei do escândalo

E eles têm razão

Quando vêm dizer

Que eu não sei medir

Nem tempo e nem medo

E se eu for

O primeiro a prever

E poder desistir

Do que for dar errado?

Ahhh

Ora, se não sou eu

Quem mais vai decidir

O que é bom pra mim?

Dispenso a previsão

Ah, se o que eu sou

É também o que eu escolhi ser

Aceito a condição

Vou levando assim

Que o acaso é amigo

Do meu coração

Quando fala comigo

Quando eu sei ouvir

E próximo aos 27 isso é tudo que eu consigo sentir.

Rodrigo Amarante
Enviado por Carla Carina em 30/03/2015
Código do texto: T5188739
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