DUAS MARMITAS - GERSON AMARO

DUAS MARMITAS

GERSON AMARO

Eu conto agora uma história

Peço que a turma permita

A história de duas mortes

Talvez ninguém acredita

Peço sua atenção

A história não é bonita

Um caso mais que famoso

A história de dois teimoso

Por causa de duas marmitas

Dois amigos muito unidos

Eu te digo é verdade

Passaram a vidas juntos

Infância e mocidade

Os dois eram bem unidos

Na bondade na maldade

Mas o tal dia chegou

A morte adiantou

Por uma infantilidade

Os dois "tavam" no serviço

Bem na hora do comida

O mais velho então disse

“Repare a minha marmita

Hoje eu eu abro a danada

Mistura não se repita

Se a mistura não mudar

Eu juro então me matar

Se for só batata frita"

O mais novo então disse

"Amigo eu digo assim

Eu já como faz um mês

Torresmo com aipim

Se a mistura não mudar

Eu prometo até pra mim

Prometo lhe acompanhar

Eu juro então me matar

Na vida então por um fim"

Vejam que ignorância

Dos amigos animais

Se mataram por comida

As misturas eram iguais

Se fossem amigos mesmo

Não morreriam jamais

Pra história ser bem bonita

Trocavam então a marmita

Por duas mortes fatais