ZÉ CAVANHAQUE VACILOU PRA SUBIR

Chegou Zé Cavanhaque

Tomou mais de um conhaque

Pediu três fichas de bilhar

Tinha um sujeito magro num canto

Chorava a mágoas ensaiava um pranto

Pediu fiado ao dono do bar

Que, prontamente, respondeu num palavreado ensaiado:

"Pensei no meu futuro, vagabundo, e lembrei do meu passado,

Hoje eu não caso mais, nunca mais vendo fiado!"

Sujeito corajoso, mas que vacilou bastante

Apesar de um pouco idoso, demonstrou ser mau comerciante!

Que não vendesse, mas não humilhasse assim

Aquele sujeito que nunca tinha adentrado o seu butiquim.

Zé Cavanhaque, também, nessa hora demonstrou ser menos vivido

Presenciou a humilhação - com um taco na mão - desafiou o desconhecido!

Que entrou de sola e já estourou derrubando

Mais de uma bola por caçapa, fez um rapa e saiu zuando...

Zé Cavanhaque traiçoeiro c'uma tacada fez um taio

Na cabeça do sujeito que era papeiro na treze de maio

Recém-saído do presído e que só da morte em repeteco

Fuzilou Zé Cavanhaque e também o dono do boteco.

E ainda disse assim: Não carrego desaforo, nem vivo de namoro

com gente otária!

Paulino Neves
Enviado por Paulino Neves em 08/02/2015
Código do texto: T5129575
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