Vida de boiadeiro

Peguei a estrada

Ainda de madrugada

Vou levar minha boiada

Pra Minas Gerais

São trinta dias

E trina noites de jornada

Atravessando na invernada

O estado de Goiás

E o gado berra

Ouvindo o berrante

Parece que nesse instante

Lembrando de sua terra

E que nunca vai volta mais

O burro tropeça

Mais conserta a passada

Ainda tem muita estrada

Pra chegar ao meu destino

Desde menino

Essa era a vida que queria

Rezava todos os dias

Para ser um boiadeiro

Comprando gado

Pra formar uma boiada

É Com esse trabalho

Eu sustento minha família

Sinto saudades

Da mulher e dos meninos

Todos pequenininhos

Vivem longe do pai

Sei que um dia

Vou consegui juntar dinheiro

Vender os burros de tropeiro

Faço um rancho e um chiqueiro

Na terra que eu vou comprar

Junto umas cabras

Duas porcas

E umas vaquinhas

E à tardinha

Antes de escurecer

Da minha rede

Armada no terreiro

Eu quero ver

Os cabritos e os bezerros

No pátio a correr

Eu vou chamar

A mulher e os meninos

E vou pegar meu pinho

E cantar o meu viver

José Paraguassú
Enviado por José Paraguassú em 22/12/2014
Reeditado em 13/10/2016
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