Vida de boiadeiro
Peguei a estrada
Ainda de madrugada
Vou levar minha boiada
Pra Minas Gerais
São trinta dias
E trina noites de jornada
Atravessando na invernada
O estado de Goiás
E o gado berra
Ouvindo o berrante
Parece que nesse instante
Lembrando de sua terra
E que nunca vai volta mais
O burro tropeça
Mais conserta a passada
Ainda tem muita estrada
Pra chegar ao meu destino
Desde menino
Essa era a vida que queria
Rezava todos os dias
Para ser um boiadeiro
Comprando gado
Pra formar uma boiada
É Com esse trabalho
Eu sustento minha família
Sinto saudades
Da mulher e dos meninos
Todos pequenininhos
Vivem longe do pai
Sei que um dia
Vou consegui juntar dinheiro
Vender os burros de tropeiro
Faço um rancho e um chiqueiro
Na terra que eu vou comprar
Junto umas cabras
Duas porcas
E umas vaquinhas
E à tardinha
Antes de escurecer
Da minha rede
Armada no terreiro
Eu quero ver
Os cabritos e os bezerros
No pátio a correr
Eu vou chamar
A mulher e os meninos
E vou pegar meu pinho
E cantar o meu viver