Duelo na feira
Eu viajei
De Salgueiro a Petrolina
A procura de uma menina
Que nunca mais eu encontrei
Mas me disseram
Que ela foi à Juazeiro
Com um romeiro
Eu de cara não gostei
Soube também
Que o pai dela é valente
E range os dentes
Quando tem raiva de alguém
Só anda armado
De punhal e de peixeira
Quando vai à feira
Espanca quem lhe convém
Esse negócio
Do cabra ser valente
Isso depende
Se ele não encontrar também
Um valentão
Que não gosta de apanhar
Ai a coisa não vai prestar
Gente vai se espalhar
É aquela confusão
Se um dos dois
Resolver de não correr
A briga vai começar
E o mais valente
Vai contar
O que vai sobrar
Daquele duelo em vão
O tempo passa
E sua fama aumentando
Até o dia que um fulano
Venha lhe procurar
Pois é assim que acontece
Sempre aparece
Um que queira
Ver se cresce
Sua fama de valentão
Só que agora
O duelo é diferente
É na viola e no repente
Que se resolve a confusão
E junta gente
E o povo fica conte
Vendo que essa gente
Evoluiu foi de montão
Pois a cultura
Vai também à feira
E agora reina
Alegria e diversão