Duelo na feira

Eu viajei

De Salgueiro a Petrolina

A procura de uma menina

Que nunca mais eu encontrei

Mas me disseram

Que ela foi à Juazeiro

Com um romeiro

Eu de cara não gostei

Soube também

Que o pai dela é valente

E range os dentes

Quando tem raiva de alguém

Só anda armado

De punhal e de peixeira

Quando vai à feira

Espanca quem lhe convém

Esse negócio

Do cabra ser valente

Isso depende

Se ele não encontrar também

Um valentão

Que não gosta de apanhar

Ai a coisa não vai prestar

Gente vai se espalhar

É aquela confusão

Se um dos dois

Resolver de não correr

A briga vai começar

E o mais valente

Vai contar

O que vai sobrar

Daquele duelo em vão

O tempo passa

E sua fama aumentando

Até o dia que um fulano

Venha lhe procurar

Pois é assim que acontece

Sempre aparece

Um que queira

Ver se cresce

Sua fama de valentão

Só que agora

O duelo é diferente

É na viola e no repente

Que se resolve a confusão

E junta gente

E o povo fica conte

Vendo que essa gente

Evoluiu foi de montão

Pois a cultura

Vai também à feira

E agora reina

Alegria e diversão

José Paraguassú
Enviado por José Paraguassú em 13/12/2014
Reeditado em 25/10/2021
Código do texto: T5068157
Classificação de conteúdo: seguro