Certidão de óbvio
Nasci escravo do meu próprio bem
Borrei meu sorriso
Meu corpo absorveu sua saudade
E eu morri pela primeira vez
Eu só queria parar de morrer devagarinho
Queria fazer você deixar de ser
De virar versos
Eu só queria parar de morrer aos pouquinhos
Queria fazer você se convencer
De virar restos
Morri escravo da minha própria sorte
Vocabulário escolhido a dedo
Manchei meu batom
Viraram suor
Viraram pele
Viraram línguas
Viraram pedra
Viraram pena
Eu só queria ouvir você dizer baixinho
Queria fazer você me completar
Virar cinema
E eu não morri, mas
Sem lucidez
Não sei viver