Homenagem a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré (EFMM)
Teu apito ainda soa pelos trilhos do início ao fim,
Por essa Estrada de Ferro eu vou, de Porto Velho
a Guajará-Mirim!
Fostes formada às margens do Rio Madeira para vencer suas
cachoeiras, como uma saída para o mar puseram teus trilhos
na margem, a margear!
Trabalharam, lutaram e deram sua vida por ti, homens
valentes a ti construir, enfrentaram a selva e assim lado a
lado,puseram os trilhos da "Ferrovia do Diabo". "Cada
dormente é a vida de um trabalhador", chegaram a dizer a
respeito de quem não voltou, e o "Banzo" que a muitos
alucinou, corroía por dentro: era a saudade e a dor...
E quando, enfim, terminada estava o destino e a história
não te ajudava, quis a tua sina que fosse breve a Aquarela
do traço inicial que fizera tão bela.
Em 72 (setenta e dois) a história te deserdou, o que em 29
(vinte e nove) algum beradeiro talvez anunciou, e de lá pra
cá o teu apito parou, chorou o beradeiro, chorou o
desbravador. Mas bem ao contrário de quem não quer te
enxergar, eu olho pra ti, pois em minha face está as marcas
que trago por esse Chão, não somente em minha face, mas
em meu coração.
(Refrão)
Ouça o áudio em "Voz".