Homenagem a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré (EFMM)

Teu apito ainda soa pelos trilhos do início ao fim,

Por essa Estrada de Ferro eu vou, de Porto Velho

a Guajará-Mirim!

Fostes formada às margens do Rio Madeira para vencer suas

cachoeiras, como uma saída para o mar puseram teus trilhos

na margem, a margear!

Trabalharam, lutaram e deram sua vida por ti, homens

valentes a ti construir, enfrentaram a selva e assim lado a

lado,puseram os trilhos da "Ferrovia do Diabo". "Cada

dormente é a vida de um trabalhador", chegaram a dizer a

respeito de quem não voltou, e o "Banzo" que a muitos

alucinou, corroía por dentro: era a saudade e a dor...

E quando, enfim, terminada estava o destino e a história

não te ajudava, quis a tua sina que fosse breve a Aquarela

do traço inicial que fizera tão bela.

Em 72 (setenta e dois) a história te deserdou, o que em 29

(vinte e nove) algum beradeiro talvez anunciou, e de lá pra

cá o teu apito parou, chorou o beradeiro, chorou o

desbravador. Mas bem ao contrário de quem não quer te

enxergar, eu olho pra ti, pois em minha face está as marcas

que trago por esse Chão, não somente em minha face, mas

em meu coração.

(Refrão)

Ouça o áudio em "Voz".

Lui Jota
Enviado por Lui Jota em 14/11/2014
Reeditado em 15/11/2014
Código do texto: T5035519
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