O conto de uma flor
Se flor eu fosse,
Eu viveria a te olhar.
Te ver sorrir,
Com o teu brilho encantar.
No horizonte te veria sumir.
Se flor eu fosse,
Eu passaria o dia ali.
Te ver passar,
E ver mais um a me olhar,
Só que ninguém saberia o que vi.
Se flor eu fosse,
Eu viveria a amar.
Te ver sentir,
O vento o rosto lhe tocar
E você sempre ali a ir e vir.
Se flor eu fosse,
Eu passaria a te seguir.
Te ver brincar,
No jardim só a esperar
Que alguém um dia iria lhe notar.
Se flor eu fosse,
Eu viveria sempre a te amar.
Te ver dançar
Na chuva simples e contente.
Sempre estaria ali a sua frente.
Se flor eu fosse,
Eu passaria a te ouvir.
Te ver feliz,
O coração batendo a mil.
Foi assim, desse jeito que Deus quis.
Se flor eu fosse,
Eu viveria sempre a brilhar.
Te ver me olhar
E de repente lá no chão me ver,
Pegar na mão e comigo assim falar.
Se flor eu fosse,
Eu passaria a te esperar.
Te ver sumir,
Seria simplesmente o final.
Não ver-te mais, sem poder agir.
Se flor eu fosse,
Eu viveria triste se não vir.
Te ver falar,
Que lá não poderia mais voltar,
Seria o fim de tudo a meu redor.
Se flor eu fosse,
Eu passaria a lembrar.
Te ver na mente,
Que um dia esteve lá
E passeava tão frequentemente.
Se flor eu fosse,
Eu viveria triste.
Não te ver mais,
No jardim não mais te viste,
Mas continuaria a viver em paz.
Se flor eu fosse,
Eu passaria a imaginar.
Te ver novamente,
Na mente só ali a me olhar,
Imaginar você a dançar alegremente.
Se flor eu fosse,
Eu viveria a sonhar.
Eu amaria como gente, poeta e flor.
Eu amaria assim como a flor, tão em segredo,
Eu amaria, não importaria onde for,
Eu amaria como criança ama seu brinquedo,
Eu amaria como rosa, como flor.
Se flor eu fosse... (bis)