DIPLOMA DA FÉ
Seu moço novo escute a minha história;
Guardei bem na minha memória,
Para um dia eu contar.
Trabalhei cedo, ajudei minha mãe e pai;
Sempre fui um bom rapaz para eles alegrar.
Cuidei da roça e da vaquinha leiteira, não faltou nada na mesa, que fartura no jantar.
Seu moço novo, meu pai foi homem decente, minha mãe sempre presente;
Nos ensinou a caminhar.
Vi a seca, vi o pasto acabando, vi o meu velho chorando, sem poder lhe ajudar.
No rosto, a marca, do sol que ainda queima, pois a chuva bandoleira;
Teimava em não chegar.
Seu moço novo minha lida foi sofrida, mas de cabeça erguida, não me deixei desanimar.
As minhas mãos não me deixam esquecer, que a batalha foi viver, sem ter que reclamar.
Minha mãe rezava e sempre agradecia, porque Deus permanecia, no aconchego do seu lar.
Seu moço novo tenho orgulho do sertão, dos homens de coração, que um dia vi por lá.
Honrei a vida, honrei o meu Deus querido, que sempre esteve comigo;
Para poder me acalmar.
Não fui juiz nem tão pouco fui doutor,
Mas sou merecedor, do diploma da fé.
Fiz mestrado, estudando as estrelas;
Brilhantes e sorrateiras
Namorando a minha mulher.
Não fui Juiz, nem tão pouco fui doutor,
Mas sou merecedor do Diploma Da Fé.