No sentido da chuva
"Andando a pé no sentido da chuva
Que molha o meu rosto e a palma da luva
Contrai os meus olhos,
E a imagem da noite / se turva.
Escorre os cabelos / com a água da chuva.
Embaçando as lentes, procuro um café
Que aqueça a carcaça até a planta do pé
Distrai meus ouvidos ao som das buzinas
Dos carros que passam virando na esquina
E a chuva molhando caminhos e idas
Regando as chegadas, regava as partidas
E as luzes na chuva me fazem lembrar
Do brilho dos olhos que vi em teu olhar
Distrai meus ouvidos ao som das buzinas
Dos carros que passam virando na esquina
E a chuva molhando caminhos e idas
Regando as chegadas/ regava as partidas.
Regando as chegadas / regava as partidas. "
Fiz esta canção em março de 2012, e tem um leve toque de sertanejo, o que é engraçado, pois não costumo ouvir o gênero , apesar de gostar das músicas do Almir Sater e do Renato Teixeira, que classifico como música raiz.
Imaginei uma cena urbana , com café e a chuva no trânsito, e falo de um personagem , pensando em alguém que se foi, e na necessidade de recomeçar, pois tudo deve passar como a chuva da noite.
Um dia de frio e luva, chuva torrencial, e a necessidade de caminhar no sentido dessa chuva, para clarear as idéias e fazê-lo voltar a realidade.
Quem já não se molhou assim um dia ? Todos , acredito.