Galeria de promessas
A música que cantou pra mim
Outra vez você repete, quase que imediatamente
Ao pé de outro ouvido dono de um riso inocente
Seus beijos que me vieram de livre dispor
Passam a envenenar minhas lembranças
Com os fatos remexidos que você manipulou
Instantaneamente seu coração se entrega
E derrama calor
Em outro peito que não o meu
E os esboços num caderno velho com seu rosto
Mancham, em união com sal e água, um borrão
Que me visitam nos dias mais comuns
Eu sugiro enlouquecer pelo sentimento que enobrece
Mas me corta como navalha
Cada memória suja, de cara lavada
Com seu egoísmo perfeito e calculado
Emolduro o quadro de uma história pensada e não vivida
De vida cruzada, inventada e abandonada
Sem existir