CARTÃO
Quero
que a terra te engula
e te cuspa despido
de todo seu orgulho
de seu coração fingido
de todo esse bagulho
Então serás semente
para brotar novamente
e, quem sabe, florescer
Pois, meu caro inclemente,
seu lado negro inconsciente
não o faz resplandecer
Quero
que a terra te mastigue
e te devolva moído
separado da altivez
sem o palavreado doído
em vez deste, a mudez
Então serás fruto
tão belo quanto bruto
mas doce ao morder
Pois, meu pomo inculto,
este teu sabor
irresoluto
não me dá ganas de saber