O Crepúsculo dos Deuses

Mil olhos incapazes de enxergar

O que qualquer espelho pode ver

Uma tragédia em seu ato final

E nenhum personagem vai sobreviver

Quantos ouvidos podem escutar

O réquiem dessa malfadada ilusão?

O mundo tentando se proteger

Da tempestade no olho do furacão

Faça tudo que eu digo

E você será feliz

A guerra é necessária pra manter a paz

Mentira e ganância

São a salvaguarda de qualquer país

Que queira deixar a miséria para trás

O cerco se fechou

Ninguém vai se render

No meio da arena

Há feras a rosnar

E tudo o que restou:

Matar pra não morrer,

Tentar fugir do que

Não se pode evitar

Faça suas orações

E não conte com mais ninguém

Que seja humano

E ande sob a luz do sol

É o fim das pretensões

De ser o que convém

A civilização está voltando ao pó...

A queda pode ser a ascensão

A um ponto de onde

Não se pode despencar

Não dá pra resistir à tentação

De abraçar o que fingimos detestar

O labirinto começa a tremer,

O minotauro avança feroz a rugir,

Devorando o que encontra ao seu redor

Melhor lutar, pois não há pra onde fugir

Toda fidelidade traz em si

A semente da traição

Virtudes são só acordos comerciais

O eco dos tambores a rufar

Anuncia a execução

Da mais irracional de todas

As espécies animais

O cerco se fechou

Ninguém vai se render

No meio da arena

Há feras a rosnar

E tudo o que restou:

Matar pra não morrer,

Tentar fugir do que

Não se pode evitar

Faça suas orações

E não conte com mais ninguém

Que seja humano

E ande sob a luz do sol

É o fim das pretensões

De ser o que convém

A civilização está voltando ao pó...

Sementes de maldade

Disfarçada de pureza a germinar

Em corações que fingem

Pulsar por amor

Os deuses dão as costas,

Pois já sabem muito bem o que esperar

Do ato derradeiro dessa ópera do horror

O cerco se fechou

Ninguém vai se render

No meio da arena

Há feras a rosnar

E tudo o que restou:

Matar pra não morrer,

Tentar fugir do que

Não se pode evitar

Faça suas orações

E não conte com mais ninguém

Que seja humano

E ande sob a luz do sol

É o fim das pretensões

De ser o que convém

A civilização está voltando ao pó...

Alan Thanatos
Enviado por Alan Thanatos em 18/08/2014
Código do texto: T4927304
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