Último segundo eterno
(Mistérios, segredos, milagres...)


Acredito em mistérios,
Segredos,
Milagres...
Quero entender mistérios,
Segredos,
Milagres...

E agora que estou aqui
Sem saída num beco,
Numa sinuca de bico,
Em xeque sem pistas,
Há dias sem fichas.
Sem sorte.

O azar,
Parceiro da lógica,
Não confundido com acaso,
É quem dita:
Vou ficar
Vou ficar

Então como se revelará?
Meio tom, Luz inteira...
Tanto faz.
Só quero paz,
Senão tudo.
Se não jaz
Meu corpo,
Não há luto.
Então vivo
Meus segundos,
Como se fossem
Os últimos.

Mas em meu íntimo,
Na verdade,
A eternidade
Da ignorância machuca.
É duro viver sem tempo
À sorte do acaso.
Que não é acaso.
Não existem acasos
Nem coincidências.
Sou fraco em ciências,
Até as que se ensinam.
Sou fraco em tudo,
Mas luto,
Em cada segundo,
Como se fosse
O último.

Quem assina essa base?
Esse riff...
Arranjos...
Batidas...
Estou nas últimas.
(Ou quero estar).
Porque viver assim
Não dá.
Flutuar entre tudo
Sem poder cantar
Mistérios,
Segredos,
Milagres...

E a nota do segundo,
Esse último...
Já passou,
Foi dó.
Agora é sol.
Quero solar
Quero solar
Coordenação
Pra soltar
Pra soltar

A voz do meu canto.
No meu canto.
O meu canto:
Minha paz,
Senão mais,
Senão tudo.
Nesse segundo,
Que é eterno,
Até acabar.


*15/8/14*
EuMarcelo
Enviado por EuMarcelo em 15/08/2014
Código do texto: T4924305
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