É bagaceira

Eu vi um cágado

Andando de muleta

Um caminhão querendo voar

Eu vi um cego

Dançando em uma feira

A semana inteira

Sem querer parar

E aquela louca

Que dizia ser beata

Comendo jaca

Sem descascar

Andava o gato

De terno e sapato

Tocando um rato

Que descia do altar

Como é que pode

Tá tudo mudado

Até o galo

Que imitar o sabiá

Dizem que o sapo

Anda todo enfeitando

Largou o lago

Só quer é viajar

A Juliana

Mulher do carroceiro

Disse ligeiro

Aqui não vou ficar

Largo a casa

O marido

E a família

Eu vou embora

Nunca mais

Eu vou voltar

Será que já

Estar chegando a hora

De agente ver

O mundo se acabar

Ou então

Que venha

Jesus e Nossa Senhora

Pra ver se ainda

Tem jeito de consertar

José Paraguassú
Enviado por José Paraguassú em 13/08/2014
Reeditado em 19/08/2014
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