Menino
Era só um menino
Que nem estudava
Nem olhava pro céu
Aliás
Ele sabia que era incapaz
E mesmo percebendo, não fazia nada
Nada pra ele é nada, nada nunca é mais que nada
Um dia ele acordou
Foi tomar café
E na cozinha sua mãe tava morta
Acabou com sua fé.
Ou até melhor
Lhe deu força pra viver a vida
Já que a veia era a única esperança mas já tava de ida.
Foi estudar, trabalhar, cooperar
Fazer seus trampo pra seu dinheiro ganhar.
Saiu das pedra e dos pó
Ganhou as metáfora
Produziu poesia
E foi jogar lá fora
E um dia ele subiu
Nem se ligou que subiu
A ficha lhe caiu
Ele sempre foi viril
Sua capacidade era mais de mil
Acordou no Brasil
Pra perceber que era fraco antes, e que antes ele caiu.
Mas já se levantou
Um cara aí me disse que sim
Não poderás mudar seu início
Mas mudarás os seu fim.
Quem melhor pra ser o autor da sua história se não você
Você decide se vai querer viver ou desaparecer.
Quem vive só por si
Atrofia no final
Mas ele ganhou bondade de mais
Era uma vida salva anual.
Nasceu
Cresceu
Viveu
Cresceu
E o seu
Cresceu
Era mais que um verbo, tendeu?
Depois
Mudou
E assim
Falou
Pra ele mesmo que de hoje em diante a vida começou.