A VORTA QUE DÁ O DITADO (GERSON AMARO) MODA DE VIOLA

A VORTA QUE DÁ O DITADO

GERSON AMARO

O mundo da muitas voltas

Já dizia o ditado

Porco fingi de leitão

Pra pode mamar deitado

Esta historia que eu conto

Eu não aumento um ponto

De um patrão e um empregado

Quem com o seu ferro fere

Amanhã será ferido

Troco o amigo cachorro

Por um cachorro amigo

O patrão só judiava

Do empregado mangava

Um patrão muito atrevido

Aquele que tem amigo

Não morre numa cadeia

Já ouvi muito pagode

Falando que a coisa é feia

Mas feio fez o patrão

Que na fazenda então

Brigava vorta e meia

Mas aqui na nossa terra

Tudo que vai sempre vorta

O patrão mandou embora

Numa conversa bem torta

Para não sair bem brigado

disse então o empregado

“Sempre Deus abre outra porta”

Aquilo que arde cura

Ele aprendeu a lição

Trabalhou de sol a sol

Juntou bastante tostão

Voltou naquela fazenda

Onde teve a contenda

Comprou ela do patrão

O patrão endividado

Vendeu ela baratinho

E virou então empregado

Daquele moço bonzinho

Com tempo tudo se cura

Barriga não é fartura

Ele aprendeu rapidinho