MESTRE VITALINO

Eu sei de cor a incerteza

Conheço a ingratidão

Mestre Vitalino o incontestável

Não tinha roupas adequadas

Mas se adequava naturalmente

A qualquer ocasião

Nunca assinou uma peça

Mas deixou na história

Toda sua inspiração

Nunca queimou santos de barro

Pra não lhes negar a salvação

Penso que não era homem

Era arcanjo numa humanização

Penso que era a resiliência

Que protegia essa nação

Espalhando o divino

Pelo seu sopro no pífano

E cura pelos dedos de suas mãos

Cale sua descrença

Não reclame

Não me faça afronta

Preste atenção

Mestre Vitalino intimista do barro

Morreu de febre na pobreza

Sem ninguém lhe dar a mão

Nunca se queixou com Deus

Nem com seus traidores

Nunca fez traição

Mas até hoje desperta

Em qualquer olhar

Toda a admiração

Se em vida tu fores um Vitalino

Em morte serás outra vez divino

E ele lhe dará suas mãos e sopro de criação

Site Franklin Mano
Enviado por Site Franklin Mano em 17/07/2014
Código do texto: T4886241
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