Solitário em botecos vazios
O que fizemos ó meu amigo com os sonhos que tínhamos?
Em que canto bagunçado da velha república universitária
Depositamos nossa essência e verdadeiros anseios?
Sabe velho camarada, hoje revirando caixas antigas
Achei as fotos daquele tempo; tempo que nossas
Vidas tinham como melodia o ranger dos violões
Com microfonia nas velhas caixas amplificadas.
Tempo que a solidão e a distância dos familiares era suplantada
Pela companhia que fazíamos uns aos outros.
Por onde andamos e o que fizemos nestes últimos anos?
Encontramos a felicidade, longe dos sonhos da adolescência?
Espero que estejam bem velhos amigos, eternos irmãos.
Estou tocando minha vida, não com a mesma satisfação que tocava
Minha velha Guitarra.
Ando solitário em botecos vazios, enquanto pessoas vazias frequentam botecos,
Solitárias também em busca de alguém para acompanhá-las numa cerveja
E ouvir as velhas histórias de tempos difíceis onde a simplicidade
Deixava-as satisfeitas com pouco.
E vocês que estão fazendo? Mandem um postal do lugar onde estiverem.
Eu estou aqui, onde sempre estive e ando
Solitário em botecos vazios, enquanto pessoas vazias frequentam botecos,
Solitárias também em busca de alguém para acompanhá-las numa cerveja
E ouvir as velhas histórias de tempos difíceis.