Fio da navalha
O meu rosto é nada, meu nome exala,
Para os desordeiros o mais puro medo.
Minha sorte é rasa feito um rio seco,
Meu peito é rude e traz vil segredo.
Eu não tenho pressa pra atingir a meta,
Minha bala é reta e acerta o alvo.
Minha sina é essa não engulo conversa,
Tenha a alma liberta e corpo fechado.
Fio da navalha não falha,
Fio da navalha e metralha.
Fio da navalha quero ver tu escapar.
Fio da navalha espalha,
Sangue depois que retalha,
Reze mil vezes pra não me encontrar.
Seguindo sozinho caminho não me oriento,
A bússola é a cara do cara que vejo.
Cumpro o dado ofício e vou qual corisco,
E o cheiro da pólvora vira dinheiro,
Meu lema é a estrada sigo na caçada,
Das coisas erradas desse louco mundo.
Minha alma arde não tem piedade,
Gatunos, covardes se vão num segundo.
Fio da navalha não falha,
Fio da navalha e metralha.
Fio da navalha quero ver tu escapar.
Fio da navalha espalha,
Sangue depois que retalha,
Reze mil vezes pra não me encontrar.
Minha fala é rala minha meta é clara.
No voo do estanho um corpo no chão.
Levar ao inferno esse deletério,
Uma cruz á mais cravada no sertão,
E cada mal feito é o gás perfeito,
Pra acender no peito esse bel pavio.
Amigo não siga essa minha sina,
Pois a minha vida está por um fio,
Fio da navalha não falha,
Fio da navalha e metralha.
Fio da navalha quero ver tu escapar.
Fio da navalha espalha,
Sangue depois que retalha,
Reze mil vezes pra não me encontrar.