Homem Taciturno
Era um homem assim, assaz taciturno
Nem mesmo a deus fazia alusão
Sujeito insólito e um tanto obscuro
Viveu intensamente, não viveu em vão
Vendai vossos olhos se quiserdes ver
Tapai os ouvidos caso querei saber
Examinai o silêncio caso para conhecer
Na jornada da vida só basta escolher
Com todo o brilho de uma alma jovem
Repousava ao relento, esta alma nobre
De sua boca nada se ouvia
Conversava com os pássaros através de um assobio
E mesmo estando sempre em regozijo e alento
Por vezes encontrava-se consternado
Por velhas memórias que o perseguiam
Melancolia inata ou quiçá nostalgia
Todavia, sua sina havia sido selada
A vida nos bosques era seu fado
Enquanto sua juventude se esvaia
Mais próximo estava do intento almejado
Era um homem assim, assaz taciturno
Audaz e ousado, porém obscuro
Intentava saber, procurou conhecer
Encontrou lá nos bosques o seu dever
Vendai vossos olhos se quiserdes
Tapai os ouvidos caso querei saber
Examinai o silêncio caso para conhecer
Porque a voz interior aos sentidos foge