Dois Tauras do Rio Grande
Todo dia eu leio algo,
Sobre Gildo e Teixeirinha,
Pela fama que os dois tinha,
É bom se fazer afago,
Foram a luz daquele pago,
Querido em todo Rio Grande,
Vozes que hoje se expande,
Como outra igual não existe,
E, porque alguém insiste
Diminuir o que é grande?
Que dupla de cantadores,
Outra igual não terá mais,
Percorreram as Capitais,
Com fama de trovadores,
Dois grandes compositores,
Que o nosso Brasil criou,
Hoje, com Nosso Senhor,
No lar da eternidade,
Pra nós a grande saudade,
Foi somente o que restou.
Se difamar um vivente,
Que já deixou este mundo,
Sem pensar, por um segundo,
Nem em seu próprio parente,
É leviano e indecente,
E mancha pra nossa história,
Principalmente uma glória,
Igual a estes cantores,
Por meta, bons trovadores,
Que vivem em nossa memória.
Parece até que a fama
Que nos ficou por presente,
Um Espírito descendente,
Procura jogar na lama,
Fica calmo e vai pra cama,
Ver que isso é ilusão,
Põe, na consciência, a mão,
Repara a luz da candeia,
Pois falar da vida alheia
É mau, para o ser Cristão...
Olha que em todo Brasil,
E em quase todo universo,
Eles são grade sucesso,
Honrando este céu de anil,
Só mesmo quem já ouviu,
Sabe o valor que isso tinha,
Rimas perfeitas, de linha,
De brilhante qualidade,
Que ficou pra eternidade,
Gildo Freitas e Teixeirinha.
Gedeão Cavalcante.