Banzo
O negro, na senzala , triste,
Toca o atabaque e batuca o bangô,
A ponta cruel da chibata,
Machuca e maltrata,
Causando-lhe dor.
Na casa grande,
A alegria só expande,
Moço branco, moço nobre,
Na fartura a desfrutar.
E na senzala,
A tristeza só abala,
Negro velho, velho pobre,
Não aguenta trabalhar.
Já não existe,
Casa grande, nem senzala,
Hoje tudo é mesma sala,
Mesmo quarto e quintal.
Negros e brancos,
Se uniram ombro-a-ombro,
Tudo é um só quilombo,
Tudo é um só carnaval.