Matriz mestra

Essa maldição flui em minhas veias, deteriorando a minha essência

Enquanto a Matriz Mestra busca desesperadamente estabelecer o seu domínio

Pobre ave de rapina aprisionada, um magnífico louvor alvorotado a sua agonia traz

Proferido junto aos seus brados silenciosos

Sobre o espelho escrevo um desejo repudiado pela clemência divina

O rosto do meu agressor fundido às minhas feições de espanto

O mundo venda os seus sentidos, renegam a criança rebelde

Envolvendo-a às correntes, deixando que seus algozes açoitem a sua enegrecida pele

E a Matriz Mestra continua a tentar estabelecer as suas regras

Eu sou a escória do abandono patriarcal

Eu sou a peste que a sociedade tenta exterminar

Eu sou a criatura que anseia por liberdade

O ser que procura o deleite em sua existência solitária

Joelhos aos grãos, punhos estriados e inchados

Cabeça baixa, humilhações desnecessárias aos ouvidos

A minha paciência fora substituída por suspeita de acomodação!

A rispidez em minha entonação revela apenas uma breve fração da minha face oculta

Eu espero pelo dia em que a revolução enfim se instaurará

Uma besta tornou-se o alter ego da minha personificação pueril

As esperanças dando lugar a um sentimento hostil e instável

Minha liberdade é obtida por meio dos meus punhos ensanguentados

O som das correntes ao chão efetuando uma melodia eufórica

Anunciando o rompimento do ciclo por definitivo

Eu sou a escória do abandono patriarcal

Eu sou a peste que a sociedade tenta exterminar

Eu sou a criatura que anseia por liberdade

O ser que procura o deleite em sua existência solitária

Eu sou a escória do abandono patriarcal

Eu sou a peste que a sociedade tenta exterminar

Eu sou a criatura que anseia por liberdade

O ser que procura o deleite em sua existência solitária

Em minha revolta ensimesmada, a minha identidade foi restaurada

Eu não serei um produto a ser moldado, uma mera imagem a ser mimetizada

Eu serei a fera que sobrepujou a sua Matriz Mestra

Eu sou a escória do abandono patriarcal

Eu sou a peste que a sociedade tenta exterminar

Eu sou a criatura que anseia por liberdade

O ser que procura o deleite em sua existência solitária

Eu sou a escória do abandono patriarcal

Eu sou a peste que a sociedade tenta exterminar

Eu sou a criatura que anseia por liberdade

O ser que procura o deleite em sua existência solitária.

Dandara Marques
Enviado por Dandara Marques em 13/02/2014
Reeditado em 22/11/2017
Código do texto: T4690005
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