Eu me levanto do sonho
E saio dele para entrar na vida.
E sei que lá era bem mais calmo,
Tinha um frescor natural.
Aqui é mais quente, mais sério, mais triste.
A vida vai, o sonho acaba,
Depois um outro sonho começa,
Quando recomeça nunca é o mesmo. E a vida vai...
Onde estamos nós agora?


Às vezes me levanto da vida
E saio dela para ir para bem longe,
Para ficar na distância segura de um sonho.
Invento ilusões que não tenho,
Que nada mais são do que os sonhos
Com que sonham os nossos desejos.
Entendo as vontades, esqueço as necessidades.
E onde tento plantar as minhas supostas verdades
Vez por outra logro colher apenas poesia.
(ou alguma outra fantasia assim...)
Outras vezes de uns ventos amenos
Ao menos tiro tempestades.
E em meus temporais algo em mim é mais...
Eu me levanto de um passo e saio do caminho,
Entro por estranhas veredas e vejo medo.
O medo tem lá suas alamedas,
Qualquer amor tem os seus abismos
E seus labirintos...


Eu me levanto de uma palavra
E saio do silêncio e encaro a dor de um grito.
E depois de tudo não dito, eu canto sozinho...
Marcos Lizardo
Enviado por Marcos Lizardo em 25/01/2014
Reeditado em 06/02/2021
Código do texto: T4664749
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