Feiticeira
Mil vezes zero, ainda é zero
Não importa a intensidade
Se a dita causa não a equivale
Os fins muitas vezes não justificam os meios
Por que afinal, o que realmente importa
Nunca pode ser feito
O dia teimava em se fazer presente
Mas a dor da despedida dos amantes
Não poderia prolongar-se eternamente
A beleza é uma feiticeira
E sob seus encantos até a melhor das intenções
Se torna traiçoeira
Abra os olhos
E veja agora
Aonde estão todas as coisas
De que se orgulhava outrora?
Você era tudo
Tudo o que eu não sabia
Mas agora o que fazes
Assombrando a minha vida?
Eu estava cego
Mas quem diria
Já posso enxergar
A tua alma tão vazia
E em teus olhos ver
A dor que é viver
Sem ter ao menos
Pelo que morrer