Sobrevivente do Sertão
Sem nuvem, sem chuva
A terra queimando
O que posso fazer
Sou lavrador do Sertão
Sou filho daquele chão
Tentando sobreviver
Há muito tempo choveu
O açude secou
Eu Já nem lembro mais
De tão fraco morreu
Tentei salvar mas não deu
O gado que restou
Aonde está o dinheiro da transposição
Àquele rio poderia aguar o verão
Coitado de mim
Demagogia é dizer
Fome zero porquê
Eu nunca vi fome ter fim
Mas eu guardo a semente
Que no campo era flor
Vou plantar novamente
Pra ver se nasce outra flor
Tenho calo nas mãos
Rachadura nos pés
Poeira no rosto, suor e calor
A sede maltrata
Mas coragem não falta
E minha fé não acabou