Sobrevivente do Sertão

Sem nuvem, sem chuva

A terra queimando

O que posso fazer

Sou lavrador do Sertão

Sou filho daquele chão

Tentando sobreviver

Há muito tempo choveu

O açude secou

Eu Já nem lembro mais

De tão fraco morreu

Tentei salvar mas não deu

O gado que restou

Aonde está o dinheiro da transposição

Àquele rio poderia aguar o verão

Coitado de mim

Demagogia é dizer

Fome zero porquê

Eu nunca vi fome ter fim

Mas eu guardo a semente

Que no campo era flor

Vou plantar novamente

Pra ver se nasce outra flor

Tenho calo nas mãos

Rachadura nos pés

Poeira no rosto, suor e calor

A sede maltrata

Mas coragem não falta

E minha fé não acabou

George Lemos
Enviado por George Lemos em 15/12/2013
Reeditado em 15/12/2013
Código do texto: T4612370
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