AMANHECER
Minha cidade
dá bocejos de neblina,
vem o sol e ilumina
o seu momento de acordar.
Em frente o rio
corre manso e se espreguiça,
longe, um sino diz que a missa
já não tarda a começar.
Há tanta gente
pelas ruas poeirentas,
caminhando sonolentas,
indo em busca do trabalho.
Meu violão faz silêncio lá na feira
deixando as velhas mangueiras
a chorar gotas de orvalho...
A madrugada
retirou sua cortina
vem o vento e a neblina
desaparece no ar
e lá no cais
chegam barcos com pescados
outros partem carregados
descem o rio e vão pro mar...
Minha cidade
dá bocejos de neblina,
vem o sol e ilumina
o seu momento de acordar.
o rio que corre,
barcos, mangueiras e o sino
são lembranças de menino
que ainda teimo em conservar...