Quando vai embora um campeiro
Um grito de quero-quero
Sol despertando o rincão
Rio Grande de tradição
Se despede do campeiro
Gaúcho Sul Brasileiro
Mestre na arte da lida
Que fez peleia da vida
Co’ destino traiçoeiro.
Sem tropeadas, domas brutas
Rodeios e paleteadas
Encilhas abandonadas
Tristeza invade o galpão
Sem roda de chimarrão
Rancho virando tapera
Um flete solto á espera
Sentindo a falta do peão.
Quando vai embora um campeiro
O campo se enche de luz
No fundo de um descampado
Um lenço atando uma cruz.
Quando vai embora um campeiro
De mango espora e chapéu
Parte mais um companheiro
Pra cavalgar nos potreiros
Da estância grande do céu.
Sem gritos de “forma cavalo”
Silenciou-se o pampa
Ta faltando aquela estampa
Do campeiro que partiu
Igual as águas de um rio
Que vão pra não mais voltar
Restando em seu lugar
Choro de terra e vazio.