Quando vai embora um campeiro

Um grito de quero-quero

Sol despertando o rincão

Rio Grande de tradição

Se despede do campeiro

Gaúcho Sul Brasileiro

Mestre na arte da lida

Que fez peleia da vida

Co’ destino traiçoeiro.

Sem tropeadas, domas brutas

Rodeios e paleteadas

Encilhas abandonadas

Tristeza invade o galpão

Sem roda de chimarrão

Rancho virando tapera

Um flete solto á espera

Sentindo a falta do peão.

Quando vai embora um campeiro

O campo se enche de luz

No fundo de um descampado

Um lenço atando uma cruz.

Quando vai embora um campeiro

De mango espora e chapéu

Parte mais um companheiro

Pra cavalgar nos potreiros

Da estância grande do céu.

Sem gritos de “forma cavalo”

Silenciou-se o pampa

Ta faltando aquela estampa

Do campeiro que partiu

Igual as águas de um rio

Que vão pra não mais voltar

Restando em seu lugar

Choro de terra e vazio.

Tabajar Carvalho
Enviado por Tabajar Carvalho em 28/08/2013
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