A metamorfose
*O título é esse pq achei uns papéis e reuni, resultando em algo novo, confuso.
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Achei
Um coração cheio de espinhos
espera numa jaula polida ser domado.
Um cérebro dividido
cujo pedaço de mim foi roubado.
Onde anda eu?
Estou no bolso de quem me procura
por aí, andando sem saber, ver e viver?
Uma gaiola cujas grades são pássaros
que aprisionam o medo da liberdade
dentro de mais um ovo errado,
chamado esperança.
Os limites da prisão são corpos fechados
que vigiam quem detestam
e desejariam ser o diferente esquisito misterioso
que indefinido não conhece fronteiras.
O passado é o abismo
e o futuro o céu.
Separados pelo presente:
a ponte que casou o que pesa e leva
em batismo de fogo.
Foi o homem errado,
que fez o certo e o errado,
conheceu o verdadeiro e o falso.
o último ao morrer
como todos.
O último de nós ao partir para o desconhecido
e lá ficar sem dar notícias, exceto lembranças.
A jaula enferrujou pela maresia do mar
que chegou e encontrou.
A metáfora é a metamorfose.
Virou pretérito perfeito
e só isso fez de perfeito e alcançou sem saber.
Só encontrou imperfeições
mas a si ignorou.
Sopra-se o futuro mas já passou.
Toda uma vida coube apenas numa estrofe.