OLHOS DESERTOS
Pelos pares nos bares no centro do mundo
Paralelos vividos em piscar de segundos
Para tantos e tantos que vivem assim moribundos
Esperando o lampejo num auge profundo
Essa gente plangente nesse imenso cassino
Dando foto e endereço ao futuro assassino
Pirilampa feliz na sua triste rotina
Para uns tem champanhe
Para outros, urina.
Olhos desertos beijando o oceano
Focos incertos sem alvo e sem plano
Futuro tão perto, presente insano
Olhos, decerto, cegos para o engano
O amor entreaberto, eu digo te amo
Com força te aperto, teu corpo inflamo
Coração aberto ao meu ser leviano
Te cubro e liberto o teu ser mais profano
Com força, decerto, cegos para o engano
Olhos incertos sem alvo e sem plano
Focos desertos beijando o oceano
Futuro liberto ao teu ser leviano
O amor tão perto, presente insano
Olhos abertos ao meu ser mais profano
Coração te aperto, teu corpo inflamo
Te cubro e entreaberto eu digo te amo