Não some os nós

Eu sei, não é você,

mas eu quero sonhar livre

Não mais sangrar amarras

das verdades que tive

Eu sei, não é você

mas deixa tua voz soar

na tensão das lágrimas

que esqueci de chorar

E essa ausência ferve na inexistência

que desfere golpes com toque de cetim

e palavras escolhidas pela madrugada

são órfãs mentiras que restam em mim

Pobre e inexata é nossa essência

nestas tranças que a vida desfaz sem porquê

Meros desconhecidos errantes

Espelhos do que um dia hei de ver

Eu sei, não sou eu

nas páginas dos livros

no brilho do sorriso

nos abraços dos amigos

Eu sei, não sou eu

nos refrões que cantas

no despertar de tuas manhãs

ou nas esquinas onde andas

Eu sei, mas deixe o sonho arder

silente nas farpas, sem alarde

morrendo um dia de cada vez

não sou eu ali, nem é você

Luiz Otávio Esteves
Enviado por Luiz Otávio Esteves em 16/06/2013
Reeditado em 20/08/2013
Código do texto: T4343668
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