Samba da carência.

Vai...

Oh, pranto meu

ao quarto dela e sussurre,

fala pra ela

que eu mudei

pra que isso mude.

Que essa carência

é tendência,

pela ausência

de seus gestos

em meus versos.

Fala pra ela

que a poesia é tristonha

sem a ausência de vergonha dessa moça.

Que desnuda lava a louça

e ri de mim.

Que vermelho a espio

pelo espelho do banheiro

e rio torto,

enquanto fito o seu corpo,

me sentindo bem mais moço,

por ser dono dos seus beijos.

E que alegria hoje em dia

é só meu futebol,

nem espio mais

a vizinha aqui do fundo tomar sol.

Que a graça era a ver brava,

me xingava,

me puxava

e me amava.

E que por causa dela,

fico triste até com a novela.

É que o galã

trouxe de volta a donzela.

Na minha história não adianta

pois não tem trilha romântica

que a faça me perdoar.

Liguei pro Chico

e implorei

pra roda girar.

pois na minha escola

existe o risco

da bateria enferrujar

e o samba então,

sem ela no meu coração,

perder toda inspiração

e um dia acabar.

Tauanzito
Enviado por Tauanzito em 11/06/2013
Reeditado em 17/02/2014
Código do texto: T4336491
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