Musa do Mar
Essa coisa toda que não se fala
Essa coisa toda que não se encaixa
Essa coisa toda que não se vê
Essa coisa toda que não se guarda
Esse segredo nada fiel
Que se quebra a cada nada ou tudo, meu
Essa coisa toda é você
Nesses seus trejeitos tão translocados
Nessa sua mania de não me ver
Me procuro sempre ao seu lado
Me procuro tanto em você
Que já não enxergo mais nada
Nada me interessa nesse mundo, cão
O seu corpo transparente, quase pleno
Vai vagueando no sereno, dentro dos meus lençóis
Num passear tão obcecadamente, só
Seus olhos castanhos sonhadores, revelam dores e amores,
Despudores, despudoradamente lindos
Obsceno objeto de desejo, sua vida traduzida em um beijo
Pura pintura da natureza, que beleza
Seu silêncio de armagura, é a voz da sua paz
Quando veste a armadura, sempre pura, sempre doce
Como se possível fosse se esconder num sorriso, bonito
Timidez que não existe, puro fetiche, excitando os corações
De norte a sul, da Grécia ao Peru,princesa bela
Monalisa que Da Vince não pintou e que Darwin nunca imaginou,
Existir na biologia desses versos, nem Freud explica o que se passa na sua cabeça
Quando vai por ai, sem saber, que é vista....
Mas conquista discretamente, mas acende a chama da gente
Com seu modo exigente, de ser gente, anda rente com o mar
Que adora o seu olhar, dialogando com as curvas ao te ver passar