Ah como eu queria ser um deputado
Gravatas de seda enforcam o povo,
A Mãe Natureza castiga de novo.
Mais vidas na lama sob os escombros,
E nada consegue mudar esse jogo.
Os ternos de linho sufocam o povo,
Estamos sozinhos não temos socorro
Criança morreu na fila do transplante,
Cordeiro tem pouco, lobo tem bastante.
Auxilio moradia onde já se viu?
Aquele menino tá passando frio.
“Nas tetas da Mãe Brasília” o leite não esgota,
E aqui a criança está quase morta.
Um carro veloz na mão de um mimado,
[Um trabalhador acabou mutilado.
A autoridade abrandou a questão,
Dizendo que o cara não teve intenção.
Sapatos de grife apetam o calo,
Do povo humilde que corta um dobrado.
Que rala pra ter o seu ordenado,
Ah como eu queria ser um deputado!
Auxilio viagem pra que seu doutor,
Viaje aqui mesmo faça esse favor.
Vá olhar o povo que em você votou,
Não pegue avião encare o metrô.
Se sentando ao lado de um trabalhador.