TIRO DE AMOR
Se Deus me tivesse feito um poeta
Eu escreveria versinhos assim.
Falava das matas, rios e cascatas
Das paisagens belas dos sertões sem fim
Falava da terra, dos montes e serras
Onde o sol e a lua brincam de esconder
Depois de nos dar gratuitamente
A luz divina para que a semente
Que o homem plante possa florescer.
Se eu fosse um pracinha e tivesse que ir
De fuzil na mão defender minha terra
Eu daria um jeito e minha mochila
Enchia de flores colhidas na serra.
Eu ia na frente do meu pelotão
De fuzil na mão carregado de flor
No campo da luta enfrentava o perigo
Em cada peito dos meus inimigos
Dava com carinho um tiro de amor...