(com o sol na garganta)
o meu sertão é
metáfora de vida
rusticidade
que desafora
bem sentenciadas
verdades.
um rio é só um fio
de esperança,
quando a seca amarga
não há solução.
vira pedra
o que era volume d'água
homens e bichos
viram assombração.
por ser tão seco
o meu sertão
careço de lágrimas,
com o sol na garganta
a sede se expressa,
pés e mãos sangram
enquanto isso
minha alma sertaneja
segue criandos açudes
nas batatas dos umbuzeiros,
alimentando nuvens
com a poeira estradeira,
fazendo brotar do chão
a mais linda canção.
vem da terra o milagre da vida.