(com o sol na garganta)

o meu sertão é

metáfora de vida

rusticidade

que desafora

bem sentenciadas

verdades.

um rio é só um fio

de esperança,

quando a seca amarga

não há solução.

vira pedra

o que era volume d'água

homens e bichos

viram assombração.

por ser tão seco

o meu sertão

careço de lágrimas,

com o sol na garganta

a sede se expressa,

pés e mãos sangram

enquanto isso

minha alma sertaneja

segue criandos açudes

nas batatas dos umbuzeiros,

alimentando nuvens

com a poeira estradeira,

fazendo brotar do chão

a mais linda canção.

vem da terra o milagre da vida.

José Carlos de Souza
Enviado por José Carlos de Souza em 20/03/2013
Reeditado em 08/06/2024
Código do texto: T4198971
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