Guarda-chuva

Caminhando sozinho eu sigo o meu caminho

reparando nas expressões que no fundo nada mudam.

Dizem que possuem muitos amigos e a prova disso está no número

mas ao conversar com vários ainda continua isolada.

Então preste atenção na mais pura verdade:

quem é amigo de todo mundo não é amigo de ninguém...

resta a solitária solidária Internet.

Caminhado sozinho eu sigo o meu caminho

e as pessoas fazem o mesmo sem se importar com os outros que desejam carinho.

Dizem que fazem muitas caridades e a prova disso está nas amizades

mas com o passar do tempo resta apenas a idade.

São tão carinhosos consigo mesmos que se esquecem de si próprios ao comerem fast-food

para ajudar os pobres coitados de fome que a cada dia se aproximam mais da morte

e depois de tudo isso dão de troco aos mendigos apenas o olhar cínico do vidro de fumê.

Algo nos impede de enxergar e eu sei que não é a neblina.

Uma barreira nos separa e eu sei que não é o tempo.

O clima não é bom mas é muito ruim pensar só em você e você.

E pulando de poças e mais poças ao dobrar a esquina eu me diverto e rio

ao ver pelas janelas crianças reclamarem que não tem mais liberdade

até triste ficar ao ver que muitos outros morrem de frio

mesmo ao possuir liberdade como acessório...ou abdicatório...

E assim eu sigo o meu caminho em um dia sem chuva

e abro o meu guarda-chuva para me proteger dessa chuva de críticas que me leva a isolação

e me dá mais uma desculpa pra fugir da solidão...

E assim eu fecho o meu guarda-chuva em um dia sem chuva.

Victor Ricardo
Enviado por Victor Ricardo em 14/01/2013
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