LÁ VEM A NOITE...

Um dia ouvi um compacto simples de JANIS JOPLIN... isso foi nos anos 70, talvez 1971 ou 72. Trazia de um lado a magistral ME AND BOB McGEE e, do outro, algo do qual não lembro mais, além um um MEDLEY quase declamado, a estranha "Mercedes Benz".

Sempre sonhei que um disco meu fecharia com algo assim... uma "coisinha" bem expressiva, com no máximo 30 ou 40 segundos. E, tempos depois, numa noite enluarada surgiria essa pequena "ciranda" (ou coisa parecida), cujo acompanhamento é o mínimo possível, uma "caixa de fósforo", uma flauta transversal e talvez um berimbau viola.

Eis a letra, que é bisada uma vez só...

LÁ VEM A NOITE...

Lá vem a noite...

lá vem a noite chegando

e eu, aqui, vou cantando

uma bonita canção.

Lá vem a noite...

lá vem a noite, ligeira,

vou jogando capoeira

e eu não me canso, não.

(Lá vem a noite...)

"NATO" AZEVEDO

(obs.: os sambistas dos anos 60 usavam o chapéu de palha dura ("palhinha") como percussão de seus sambas. Era o tempo do pandeiro quadrado e sem arruelas, de couro de gato e CIRO MONTEIRO ficou famoso por percutir CAIXA DE FÓSFORO. Vizinhos meus no morro onde nasci usavam, além de lata d'água vazia, DUAS COLHERES que eram percutidas na coxa ou copo de vidro, batido com pauzinho ou talher. TEMPOS BONS, de Roberto Silva, Anísio (Silva?) e outros mais, todos quase que desconhecidos fora das rodas de samba, dos bambas.