Poeta Inimigo do Estado

As pessoas não tem senso nenhum

O ser humano tem sido comum

Presente no Futuro

O envelhecimento é inimigo do estado

Tenho tido um estado incomum

Da vida que me dê algo ligeiro

Se as mãos pudessem (as tuas,

as minhas) rasgar o nevoeiro,

Entrar na luz a prumo.

Viver assim sem rumo

Se a voz viesse. Não uma qualquer:

a tua, e na manhã voasse.

Aquela voz do poeta

E de júbilo cantasse.

Com as tuas mãos, e as minhas,

pudesse entrar no azul, qualquer

azul: o do mar,

o do céu, o da rasteirinha canção de água corrente.

O ser humano decadente

E com elas subisse.

(A ave, as mãos, a voz.)

E fossem chama.

Quase.

Ama

Na asa de uma nave

Limpando as mãos com gaze

Pra não ser descoberta

A mentira encoberta.

Shirlei de Melo
Enviado por Shirlei de Melo em 25/11/2012
Reeditado em 25/11/2012
Código do texto: T4004221
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