NEGRO DESATINO

Lenta madrugada

sonhos na calçada

e o coração na mão

lua em desespero

brisa com teu cheiro

em faróis de solidão

Medo de futuro

riso no escuro

sem ninguém pagar pra ver

Taça de maldade

que faz a saudade

outra vez amanhecer

desejo bandido

corpo dividido

o ciume faz sangrar

sei que não te prendo

mas me arrependo

toda vez à te esperar

O tempo não passa

tudo é sem graça

torna fosco esse amor

Borboleta negra

que me desagrega

voando de flor em flor

Tem no teu aceno

um lento veneno

que não tarda à me matar

Negro desatino

choro de menino

o meu ego à agonizar

Paixão suicida

que maltrata a vida

no prazer de torturar

Jugo sem remédio

esse teu assédio

não consigo me curar.

Derly Pacheco
Enviado por Derly Pacheco em 02/11/2012
Código do texto: T3964966
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