VINHO AMARGO

No vago deste abraço

Me acho em desconsolo...

Espera fez-se em dolo

Porque não voltarás...

A esperança eu caço

Inútil, pois bem sei,

Desfeito o frágil laço

No muito que sangrei

Não mais a fé de aço...

Já desacreditei...

Também nem há retorno

O fim foi decidido

Naquele dia morno

De céu já corrompido...

Seguiste o seu caminho

Perdi-me em desespero

Amargo desse vinho

Me ata ao travesseiro.

Em lágrimas sentidas

Chorei a dor sem fim.

Das dores já dormidas

Refém me ví e assim

Tristeza a me ninar,

Borrão deste nanquim...

ANA MARIA GAZZANEO
Enviado por ANA MARIA GAZZANEO em 24/10/2012
Reeditado em 24/10/2012
Código do texto: T3949376
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