BOTA FINCADA

Bota fincada

Não anda e nem voa, mulher

Nunca cigana

E nem arrasta o pé

Coruja espreita

No topo do poste, até

Não bate as asas

E nem sequer, arrasta o pé

O gavião sobrevoa

À caça de tua presa, é

E num rasante

Pega ela com o pé

Bota fincada

Não peregrina, mulher

Não gasta sola

Nem suja os dedos do pé

Teus olhos

Tem cor de jabuticaba, menina

Tu me consolas

Só pra saber qual é

Num movimento

Voo como vento, e vou

Arrastando as asas

Do meu coração

Bota fincada

Não anda e nem voa, mulher

Nunca cigana

E nem arrasta o pé...

Autor: Valter Pio dos Santos

Out/2012

Valtin Kbça Dipoeta
Enviado por Valtin Kbça Dipoeta em 19/10/2012
Reeditado em 08/08/2019
Código do texto: T3941828
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