Retratista da alma.
Sou retratista da alma, sou artesão das filigranas do coração,
vagando mambembe nas encostas dos sonhos, eu vou,
vou até secar minhas lágrimas, meus refrões,
vou até não tiver mais chão pra ir, nem pra voltar.
Busco vozes, abraços, senões,
vou atracar minhas fagulhas nas pernas envergadas do medo,
vou ser o que sou seja lá o que isso for.
Um dia, pois é, tudo será água corrente,
os ventos, os tempos, os olhos, os batuques,
veremos o show dispersos em nós mesmos, pois sim,
teremos rancor de sobra para coar as salivas duras da dor,
então só nos restará sermos felizes
e nada mais.
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