Falando de teimosia.

Minha teimosia lateja, late, esperneia, encarde,

se faz viva remoendo cada prego da minha alma,

se faz toda como um gozo sem fim.

Minha teimosia é raivosa, idosa, íngreme,

conhece de cor cada respirada que dei e darei,

conhece de cor todos os ventos que soprarei,

que serão untados em mim.

É amante fiel, fogosa, enebriante,

incorpora nos meus poros feito chaga sem cura,

segura as rédeas da minha ira feito unção de Deus,

enche meus rebentos de vergonha e de solidão.

Minha teimosia um dia se fará miragem, por certo,

deixará de fecundar meu sangue como faz toda hora,

deixará de chegar mesmo quando for a mais esperada,

deixará de viver mesmo quando isso o mais preciso for.

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Oscar Silbiger
Enviado por Oscar Silbiger em 19/09/2012
Reeditado em 20/09/2012
Código do texto: T3890105
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