Falando de teimosia.
Minha teimosia lateja, late, esperneia, encarde,
se faz viva remoendo cada prego da minha alma,
se faz toda como um gozo sem fim.
Minha teimosia é raivosa, idosa, íngreme,
conhece de cor cada respirada que dei e darei,
conhece de cor todos os ventos que soprarei,
que serão untados em mim.
É amante fiel, fogosa, enebriante,
incorpora nos meus poros feito chaga sem cura,
segura as rédeas da minha ira feito unção de Deus,
enche meus rebentos de vergonha e de solidão.
Minha teimosia um dia se fará miragem, por certo,
deixará de fecundar meu sangue como faz toda hora,
deixará de chegar mesmo quando for a mais esperada,
deixará de viver mesmo quando isso o mais preciso for.
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