Mistérios do Firmamento

As cinzas de um cigarro esfacelando-se entre os dedos.

E a fumaça vai subindo se perdendo pelo teto.

Eu deitado na varanda,

Uma bela lua e pouca gente.

Destilando estes versos

Fortes que nem aguardente

Os acordes, tão difíceis

Desafiam a noite escura

Com uma dor, que nasceu nas entranhas do meu peito

É a fome, é o frio é a falta de respeito.

Tão selvagens, estes versos, já não tem mais paradeiro.

Ainda encontro, outra hora, num sinistro arvoredo

Vou dormir, não consigo,

Eu ainda estou com medo

São gemidos, são janelas e são portas se batendo

Isso deve, com certeza, ser mais um truque do demo.

Em silêncio, um Pai-nosso

Pois somente a Deus eu temo

E assim, eu repouso,

Abro a guarda e me entrego

Descansando o pensamento

para um sono perfeito

Um cometa, a minha alma

arrasta lentamente

E flutua, nos maiores

Mistérios do firmamento

Solanum Lycocarpum
Enviado por Solanum Lycocarpum em 17/08/2012
Reeditado em 17/08/2012
Código do texto: T3835749
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